Aumenta o número de cães nas ruas de Itapoá
Chegando próximo à casa já se ouvem latidos, muitos latidos. A casa em questão é de Maria Elizabete Restel Camilo, que dedica boa parte de seu tempo para vários cães e gatos recolhidos das ruas da cidade de Itapoá. Segundo ela o número é absurdamente grande e casos de maus tratos são recorrentes. Diante da situação, junto com Maria Lucia Bogo Tavares, ela decidiu criar um projeto para a construção de um abrigo que mantenha a qualidade de vida desses animais abandonados.
Maria Elizabete que teve a ideia deste projeto não quer parar de ajudar, porém, não há mais lugar em sua residência para tantos bichos. O mesmo ocorre na casa de Maria Lucia que tem cerca de 200 cachorros e gatos, todos adotados por ela. Para manter o trabalho usam seu próprio dinheiro, pois não contam com nenhuma ajuda pública, muito menos particular.
O projeto tem alguns objetivos importantes. Segundo Maria Elizabete, está listado entre eles a castração cirúrgica de todos os bichos, controlando a população de cães e gatos; com isso não haverá mais nenhum animal na rua. Ela também explica que o custo deste procedimento é mínimo para o Estado, por volta de R$ 15 para machos e R$ 25 para fêmea.
Outro ponto é uma maior fiscalização feita pela polícia, investigando casos de maus tratos e homicídio de animais. Maria Lucia também espera que os condenados pelos crimes tenham pena à altura de seus atos. Este quesito é muito importante para a autora, pois já presenciou casos brutais de agressões. “Já conseguimos que uma mulher que agrediu um cão pagasse pelo seu crime”, comemora.
Pela falta de apoio à sua ideia elas decidiram oficializar o trabalho solicitando ao Estado recursos para manter alimentação, saúde e um lar para os bichos abandonados. A doação de algum animal desses é rara, porém é necessário manter a sua vida. Além disso, as voluntárias querem a construção de um local adequado para abrigar todos estes cães e gatos. Maria Elizabete garante já ter solicitado com o prefeito uma ajuda maior, mas ele colabora com apenas R$ 500 reais, valor que segundo ela é muito pequeno. Com a possível aprovação da ideia elas receberiam recursos oficias para manter o seu trabalho.
Para a administração pública o principal problema é que estes animais deixam as praias do município “feias” e não acham solução rápida e barata. Já para o turista do estado do Paraná, Mario Fonte, a solução é a construção de um abrigo de animais. “A criação de um local com estas possibilidades, de manter a saúde destes animais, também colaborariam para a limpeza das ruas”, comenta.
E apesar de ter pouco apoio da população muitos moradores de Itapoá tem opinião sobre o assunto. “Acho uma ideia muito boa, por se tratar de defender seres indefesos. Essa situação já se tornou um caso de saúde pública”, diz Mirta Meza. Agora, Maria Elizabete e Maria Lucia aguardam o parecer do Ministério Público sobre seu projeto, que elas acreditam que será viabilizado.